terça-feira, 22 de maio de 2012

"Jantei com meu marido... e a amante dele"

Descobrir que ele tem outra é no mínimo um choque — e as reações, imprevisíveis. A história de Kátia é a maior prova disso: ela convidou a rival para um Natal em família — e para passar uma noite em sua casa

Por Claire Campbell

amantedomarido

KÁTIA, A MULHER
Olhando ao redor na sala onde faremos o nosso jantar de Natal, reparo na disposição dos lugares. Ao meu lado estará meu marido, Márcio. Do outro lado da mesa ficará Ana, a filha de 16 anos de Márcio, e seu namorado. Do outro lado e próximo a Márcio, há um lugar para Rebeca, sua amante há três anos. Ainda me parece irreal não apenas me sujeitar ao fato de meu marido transar com outra mulher, mas que eu a convide para a nossa casa. Mas neste Natal, pela segunda vez, é exatamente isso que farei.

Eu sempre soube que Márcio era assim, desde que o conheci. Atraente, sexualmente confiante e sempre capaz de me fazer rir, era impossível de resistir. E onde quer que nós fôssemos, as mulheres reparavam nele. Rebeca e Márcio se conheceram quando ela veio trabalhar no escritório dele, quatro anos atrás. Ela já havia participado de jantares em nossa casa antes que eu suspeitasse de algo entre os dois. É uma loira atraente, de olhos verdes e humor afiado. Gostei dela logo de cara.

Por isso foi particularmente difícil ter encontrado, em agosto passado, um e-mail que ela enviou a ele. Ainda me lembro como me senti ao ler ‘tenho você colado na minha pele’.

As palavras de Rebeca não eram as de alguém que teve um encontro casual de uma noite, mas as de uma mulher emocional e fisicamente envolvida.

Quando confrontei Márcio a respeito, ele admitiu o caso. E me disse que tinha medo de como se sentiria se não pudesse mais vê-la. Quem estava com medo naquela hora, no entanto, era eu. Afinal, nosso relacionamento acabava de entrar em um terreno delicado. Se eu pressionasse Márcio, poderia perdê-lo para sempre.

Foi nesse momento que decidi não me meter na história do meu marido com a amante dele. Concluí que se eu me tornasse um obstáculo entre eles, o vínculo só aumentaria. Mas se eu os deixasse em paz, poderiam se cansar um do outro. Eu ainda amava Márcio e acreditei quando ele me disse que também me amava. Então, a partir daquele momento, e para grande alívio dele, eu não mencionei mais o caso.

"Se eu me tornasse um obstáculo entre eles, o vínculo aumentaria” (Kátia)

Parecia funcionar. Mesmo sabendo que eles ainda estavam se encontrando, Márcio não demonstrava interesse em abandonar a nossa casa. Se dizia que ia sair, eu não perguntava aonde iria. À essa altura, Rebeca sabia que eu estava a par da situação, mas nunca chegamos a nos confrontar. De certa maneira, eu preferia saber com quem ele estava a imaginar uma namorada fictícia com quem eu jamais poderia competir.

Então, dois dias antes do Natal passado, Márcio voltou do trabalho e disse que Rebeca não conseguiria passar o Natal com os pais no interior. Eu me perguntei se ele planejava vê-la nesse tempo, e entrei em pânico. Subitamente, me ouvi dizer: “Será que ela gostaria de passar o Natal conosco?”. Isso se devia em parte porque eu não queria vê-lo escapulir para ir encontrá-la e, em parte, porque eu me sentia menos ameaçada agora que sabia que ele não queria o divórcio. E, ao menos, esta era uma batalha que eu estava lutando em meu território.

Márcio pareceu um tanto chocado, mas prometeu repassar a pergunta. No dia seguinte, Rebeca me ligou para aceitar o convite. Eu me surpreendi com o tom amistoso na voz e imediatamente imitei seu jeito. Até corri até a loja na véspera do Natal para comprar um frasco de perfume de grife para ela, sabendo (por um recibo de cartão de crédito de Márcio) que aquela era sua fragrância favorita.

Quando Rebeca chegou, ele parecia mais desconfortável do que eu. Eu apresentei Rebeca à família e aos amigos como uma colega de trabalho de Márcio. Na verdade, apenas minha enteada, Ana, suspeitou de algo. Mesmo sem ter dito nada ao pai, ela me disse que achava aquilo ‘nojento’.

Rebeca passou a noite em casa e quando chegou a hora de ela partir, na manhã do dia seguinte, nós estávamos rindo sobre o tempo que Márcio demorava para sair do banheiro, e senti que éramos quase aliadas. Então, neste ano, quando ele me disse que Rebeca pretendia ficar na cidade para o Natal, sugeri que ela se juntasse a nós mais uma vez. Não gosto da ideia de ela passar Natal conosco, mas se Márcio precisa ter uma amante, prefiro aceitá-la a jogá-lo nos braços de outra pessoa.”


http://revistamarieclaire.globo.com/Revista/Common/0,,EMI303704-17737,00-JANTEI+COM+MEU+MARIDO+E+A+AMANTE+DELE.html

http://ditadosereflexoes.blogspot.com.br/2012/05/com-meu-marido-e-amante-dele.html

2 comentários:

  1. putz que falta de amor próprio
    mulher submissa ou coitadinha da tonta?
    aceitar uma vagabunda na casa dela
    tem mais é que mandar esse cafajeste p/ inferno.

    isso não é marido. tem que se livrar do traste.

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  2. Uma coisa é ter a mente aberta e realmente aceitar uma amante sem se importar. A trilogia Milleniun de Stieg Larsson descreve uma situação exatamente assim.
    Mas ao contrario disso, essa mulher só aceita a amante por puro medo de perder o marido, como ela mesmo diz. Uma pobre coitada.

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