domingo, 12 de junho de 2016

A lista dos dez doces mais misóginos, transfóbicos e opressores em geral

1- Teta de Nega




Num ato de profundo desrespeito para com as nossas yalodês, este doce impulsiona, de maneira escancarada, o processo de hiperssexualização da mulher negra, retratada como um mero objeto cuja função é gerar deleite para seu senhor branco.

2- Maria-Mole
Doce de índole extremamente machista que dá a entender que toda mulher é indulgente, incapaz de tomar atitudes firmes, reforçando o misógino estereótipo da mulher frágil, em oposição, ao que tudo parece indicar, ao “João Duro”.

3- Pé-de-Moleque
Este doce implica uma dupla carga de preconceito: ao mesmo tempo em que fomenta a pedofilia ao objetificar partes do corpo de um menino, traz ainda uma boa dose de misoginia ao obrigar as mulheres ao humilhante ato de lamber os pés de uma entidade do gênero masculino. Note-se ainda que, ao contrário do doce “Maria-Mole”, o pé-de-moleque possui constituição dura.

4- Carolina
Mais um doce nitidamente misógino que reduz a figura feminina, representada pelo nome “Carolina”, a um mero objeto ao dispor do patriarcado e destinado ao deleite deste. Não é difícil imaginar a frequência com que o tal doce é utilizado para oprimir as mulheres que infelizmente foram registradas como este nome, realizando piadinhas que lhes causam óbvio constrangimento.

5- Bolo Floresta Negra
Doce que mais uma vez reduz a figura dxs negrxs a reles objeto destinado exclusivamente a servir a Casa Grande, agradando seu paladar tal qual as escravas cozinheiras eram encarregadas de fazer.

6- Bolo Floresta Branca
Tendo em vista não haver racismo reverso, este bolo evidentemente enaltece ideais nazifascistas de pureza racial. É certo que nos mercados este bolo é vendido por preços superiores ao atribuído ao floresta negra.

7- Baba de Moça
Doce que remete à prática de atos lascivos com mulheres jovens alcoolizadas, comportamento tolerado em nossa sociedade patriarcal, mas que na verdade é considerado crime de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal brasileiro.

8- Beijinho
Trata-se de mais uma forma machista de fomentar práticas lascivas não consentidas pela mulher. Basta pegar o beijinho e devorá-lo, sendo desnecessário obter qualquer consentimento para tanto. Não reclame, mulher, afinal, é “apenas um beijinho”.

9- Bomba
Doce belicista que remete à forma extremista e tirânica com que o governo estadunidense responde a quaisquer tentativas de diálogo por parte do povo palestino (bombas).

10- Bem Casado
Doce sectário que remete ao arcaico modelo ocidental monogâmico enquanto meio único de expressão da afetividade. Muito melhor seria combater tais concepções atrasadas dando o nome de “bem unidxs poliafetivamente”.

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