quinta-feira, 28 de abril de 2016

O que é Pragmatismo:




O que é Pragmatismo:

Pragmatismo é uma doutrina filosófica cuja tese fundamental é que a ideia que temos de um objeto qualquer nada mais é senão a soma das ideias de todos os efeitos imaginários atribuídos por nos a esse objeto, que passou a ter um efeito prático qualquer.

O pragmatismo é um pensamento filosófico criado, no fim do século XIX, pelo filósofo americano Charles Sanders Peirce (1839-1914), pelo psicólogo William James (1844-1910) e pelo jurista Oliver Wendell Holmes Jr (1841-1935), que opondo-se ao intelectualismo, considera o valor prático como critério da verdade.

Ser partidário do pragmatismo é ser prático, ser pragmático, ser realista. Aquele que não faz rodeio, que tem seus objetivos bem definidos, que considera o valor prático como critério da verdade.


Ser pragmático é ter seus objetivos bem definidos, é fugir do improviso, é se basear no conceito de que as ideias e atos só são verdadeiros se servirem para a solução imediata de seus problemas.

COISAS QUE APRENDI COM OS PETRALHAS



1. Se eu não sou petista, eu sou tucano;

2. Se eu não sou petista, nem tucano, sou a favor de um golpe militar, não existe outra opção;

3. Não posso me indignar com a corrupção petista, porque houve corrupção no governo tucano e se ainda sim eu sou contra a corrupção do PT eu não estudei, não sei nada de história e etc, etc, etc...;

4. Não posso me indignar com a corrupção petista, porque o PT não inventou a corrupção;

5. Só estou indignado porque o PT colocou o pobre no mesmo avião que eu, e isso me dá nojo;

6. Não tenho estatura moral para criticar quem rouba bilhões da Petrobrás (sem falar nas outras estatais ainda não investigadas) porque eu já fiz uma conversão proibida, já colei um chiclete embaixo da carteira na escola e já soltei um pum no elevador;

7. Se eu protestar de algum modo é porque sou elite branca e, consequentemente, odeio negros, pobres, índios, nordestinos, gays, feministas, corinthianos, crianças feias, camisa de microfibra da fascínios e desodorante perfumado;

8. Eu fico indignado com as atitudes totalitárias do governo porque eu sou coxinha e fascista (mesmo sabendo que quem me chama de fascista não tem a menor ideia do que foi o fascismo);

9. Não interessa que o impeachment esteja previsto na Constituição Federal, se é contra um governo de esquerda é golpe; (sem falar que o PT pediu Impeachment de todos os governos eleitos democraticamente)

10. E por fim, aprendi esses dias atrás ai, com os dignos Ministros da República que, se se eu protesto de algum modo que seja, é porque não aceito o resultado democrático da eleição, estou fazendo um terceiro turno e, obviamente, estou obcecado pelo fim do financiamento privado de campanha, que é a solução para TODA a corrupção do mundo.
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BÔNUS dos comentários:

11. Se você não gosta do PT por algum motivo, nos mandam estudar história, economia e português.

12. Não discuta com um petista, eles vão te arrastar ao nível deles e ganhar de você por ter mais experiência em ser ignorantes.

13. O brasil não vive de dollar.

14. Se você fica indignado pelos arrastões das praias, você está promovendo a limpeza étnica e social das praias.

15. Se eu não posso beber/comer algo, ele não tem valor. (ex: combustível, dinheiro)

16. Se por algum motivo você não gostar do PT, você está promovendo discurso de ódio ou sendo intolerante. Mesmo que seja por uma questão de ideologias.

17. Se seu protesto não for financiado pelo governo, não é válido, ex: CUT, SINDICATOS, MST e outros.

18. Não podemos falar do PT sem abordar os outros Partidos;

19. Não posso exigir evidências do que o Petista fala, isso é ignorância da minha parte ou no minimo falta de estudo.

20. Qualquer coisa que não vá a favor do petismo é golpe ou ditadura.

21. Se alguém que viveu na ditadura falar que ditadura foi boa, é burro, acéfalo, retardado, doente mental, não estudou, é um alienado e ignorante.

22. Se você lê Veja, a Folha, o Estadão, Epoca ou Globo você é mal informado ou alienado a mídia golpista, informado mesmo é quem lê "Carta Capital".

23. Se você for contra o sistema de cotas então você provavelmente apoia o nazismo.

24. Se você não é a favor dos bolsas família ou a favor da meritocracia, você é um coxinha que teve tudo na mão dado pelo papai.

É preciso deixar ir quem nunca fez nada para permanecer

É preciso deixar ir quem nunca fez nada para permanecer

É preciso deixar ir quem nunca fez nada para permanecer

É preciso deixar ir quem nunca fez questão de ficar, essas pessoas de sentimentos temporários, que nos fizeram investir tempo e imaginação. Deixar ir requer coragem, mas longe de aceitar tal ato como um final, devemos vê-lo como o começo de algo novo.
Quem nunca se viu obrigado, em certa ocasião, a ter que  encerrar uma etapa de sua vida? Às vezes chamam isso de “fechar ciclos“.
No entanto, esta ideia de circularidade, mais que nos dar a visão de algo que se encerra com um início e um final, nos faz visualizar melhor uma entidade que nunca termina, como uma espécie de ciclo eterno. Devemos ver estas etapas da nossa vida como uma linha pela qual avançamos, pela qual fluímos conforme crescemos. 
para crescer nos desprendemos de certas coisas, ao mesmo tempo em que ganhamos outras. A vida é um avanço que não se pode parar, que nos esmaga e tira nosso fôlego, e de nada adianta ficarmos encalhados em algo ou em alguém que nos puxa para baixo, como faz a pedra ao cair num poço.
Quem não nos reconhece, quem nos faz mal e causa erosões em nosso ser, em nossa essência como pessoa, está violando nosso crescimento.
Entretanto, pode ser que demoremos para nos darmos conta, que não desejemos ver isso durante um tempo, mas a  infelicidade é algo que ninguém pode esconder. Dói, murcha e nos apaga. Então não permita que isso aconteça. Na vida, sempre chega um momento no qual é melhor melhor soltar, deixar ir…

É preciso deixar ir até quem nos abandonou

O deixar ir, encerrar uma etapa de nossa vida, não se refere somente a dizer adeus a quem compartilha a vida conosco, num ato de decisão ou coragem.
É possível que não seja você quem esteja abandonando, pode ser que, na realidade, você tenha sido abandonado. Neste caso, a ideia de soltar, de assumir essa ruptura e avançar de novo em frente, é algo vital.
Às vezes é preciso deixar ir
Devemos deixar ir quem nos abandonou, porque ao não fazê-lo nós seguiremos presos num infinito de emoções negativas que vão nos ferir cada dia mais. E os responsáveis, nesse caso, seremos nós mesmos.
Fechar esse ciclo de nossa vida, no qual ainda existe uma dor tremenda do abandono, requer tempo. O luto deve ser vivido, chorado, assumido e, mais tarde, deve-se aceitar o ocorrido até ser possível chegar a um perdão. Uma vez cauterizada a ferida, e quando nos encontremos livre de cargas por ter podido perdoar, nos sentiremos mais aptos para deixar ir com máxima plenitude.
Um abandono é a ruptura de um vínculo, e como tal, devemos “retornar” a nós mesmos.
Até pouco tempo, tal laço era nutrido pelo amor existente na relação. Agora que o cordão umbilical está partido, devemos nos reencontrar, nos cuidar, e nos entender para podermos reforçar o vínculo com a nossa autoestima, para volar a olhar em frente. Fortalecidos.
Não alimente nostalgias, não focalize seu olhar no ontem, porque o passado não existe mais, se foi, não está mais aqui… E lembre-se, acima de tudo, de que quem vive de nostalgia não faz mais do que alimentar o sofrimento, e se prender, enquanto idealiza um passado, deixando que o presente se perca. Sua oportunidade de ser feliz é “aqui e agora”.
Às vezes é preciso deixar ir

É preciso deixar ir sem ressentimentos

Quem alimenta a raiva, o despeito e o ressentimento torna-se prisioneiro de quem lhe fez mal. É simples assim e contundente assim, também. Quem lhe provoca a raiva e focaliza todo o seu desprezo, faz com que você seja um eterno cativo de suas próprias emoções negativas.
Perdoar não é fácil. Às vezes, assumimos que o perdão é uma renúncia a nós mesmos, que é como vacilar e nos vermos como vítimas. Nada mais longe da realidade…
Para perdoar, você deve conseguir, de novo, ter confiança em si mesmo. Ninguém é tão forte quanto a pessoa que pode conceder o perdão a quem lhe fez mal, porque demonstra, por sua vez, que superou o medo, que já não teme o inimigo e que se sente mais livre.
Ao nos desprendermos dos ressentimentos e da raiva, voltamos ao nosso estado inicial, nosso coração volta a se curar e deixa de lado as emoções negativas. Só então o ato de “deixar ir”, se transforma em algo mais fácil de se conseguir, ao mesmo tempo em que é libertador.
Não invista tempo em quem não merece, em quem não fez nada para permanecer ao seu lado ou para lutar por você. Abra o caminho e ofereça liberdade para essa pessoa, deixe-a ir. Porque não vale a pena lutar contra a corrente, porque toda porta que se fecha, é uma oportunidade que se abre.
Créditos da imagem: Mila Marquis, Shawna Erback, Lucy Campbel


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Jornalista diz ter ficado na mesma cela de Dilma Rousseff na “ditadura” e afirma: EU MENTI

 

Ao confessar ter mentido sobre torturas que eu inventei eu não quero fazer de conta que ninguém foi torturado no Brasil. Ao contrário. Mentir, neste caso, é escarnecer de quem padeceu e experimentou na própria carne o horror do suplício. E foram muitos. Mas não foram tantos e nem foram todos.

Mirían Machedo / Deborah Albuquerque
Deborah Albuquerque - Gazeta
Eu, de minha parte, vou dar uma contribuição à Comissão da Verdade, e contar tudo: eu era uma subversivazinha medíocre e, tão logo fui aliciada, já caí (jargão entre militantes para quem foi preso), com as mãos cheias de material comprometedor.
Despreparada e festiva, eu não tivera nem o cuidado de esconder os exemplares  d’A Classe Operária, o jornal da organização clandestina a que eu pertencia (PC do B/AP-ML/, linha maoísta, a mesma que fazia a Guerrilha do Araguaia, no Pará). Não houve filiação formal, mas eu estava dentro, era assim que eu sentia.
Os jornais estavam enfiados no meio dos meus livros numa estante, daquelas improvisadas, de tijolos e tábuas, que existiam em todas as repúblicas de estudantes, em Brasília naquele ano de 1973.
Já relatei o que eu fazia como militante. Quase nada. A minha verdadeira ação revolucionária foi outra, esta sim, competente, profícua, sistemática: MENTI DESCARADAMENTE DURANTE QUASE 40 ANOS!*.O primeiro texto fala em 30 anos. Eu fui fazer as contas, são quase 40 anos, desde que comecei a mentir sobre os ‘maus tratos’. Façam as contas, fui presa em 20 de junho de 73. Em 2013, terão se passado 40 anos.)
Repeti e escrevi a mentira de que eu tinha tomado choques elétricos (por pudor, limitei-me a dizer que foram poucos, é verdade), que me deram socos e empurrões, interrogaram-me com luzes fortes, que me ameaçaram de estupro quando voltava à noite dos interrogatórios no DOI-CODI para o PIC e que eu passava noites ouvindo “gritos assombrosos” de outros presos sendo torturados (aconteceu uma única vez, por pouquíssimos segundos: ouvi gritos e alguém me disse que era minha irmã sendo torturada. Os gritos cessaram – achei, depois, que fosse gravação – e minha irmã, que também tinha sido presa, não teve um único fio de cabelo tocado).
Eu também menti dizendo que meus algozes, diversas vezes, se divertiam jogando-me escada abaixo, e, quando eu achava que ia rolar pelos degraus, alguém me amparava (inventei um ‘trauma de escadas”, imagina). A verdade: certa vez, ao descer as escadas até a garagem no subsolo do Ministério do Exército, na Esplanada dos Ministérios, onde éramos interrogados, alguém me desequilibrou e outro me segurou, antes que eu caísse.
Quanto aos ‘socos e empurrões de que eu dizia ter sido alvo durante os dias de prisão, não houve violência que chegasse a machucar; nada mais que um gesto irritado de qualquer dos inquisidores; afinal, eu os levava à loucura, com meu enrolation. Eu sou rápida no raciocínio, sei manipular as palavras, domino a arte de florear o discurso. Um deles repetia sempre: “Você é muito inteligente. Já contou o pré-primário. Agora, senta e escreve o resto”.      Quem, durante todos estes anos, tenha me ouvido relatar aqueles 10 dias em que estive presa, tinha o dever de carimbar a minha testa com a marca de “vítima da repressão”. A impressão, pelo relato, é de que aquilo deve ter sido um calvário tão doloroso que valeria uma nota preta hoje, os beneficiados com as indenizações da Comissão da Anistia sabem do que eu estou falando. Havia, sim, ameaças, gritos, interrogatórios intermináveis e, principalmente, muito medo (meu, claro). Torturada?! Eu?! Ma va! As palmadas que dei em meus filhos podem ser consideradas ‘tortura inumana’ se comparadas ao que (não) sofri nas mãos dos agentes do DOI-CODI.
Que teve gente que padeceu, é claro que teve.  Mas alguém acha que todos nós – a raia miúda – que saíamos da cadeia contando que tínhamos sido ‘barbaramente torturados’ falávamos a verdade?
Não, não é verdade. A maioria destas ‘barbaridades e torturas’ era pura mentira! Por Deus, nós sabemos disto! Ninguém apresentava a marca de um beliscão no corpo. Éramos ‘barbaramente torturados’ e ninguém tinha uma única mancha roxa para mostrar! Sei, técnica de torturadores. Não, técnica de ‘torturado’, ou seja, mentira. Mário Lago, comunista até a morte, ensinava: “quando sair da cadeia, diga que foi torturado. Sempre.”
A frase de Mário Lago é citada pelo coronel Brilhante Ustra, em entrevista à Rede Genesis (NET/Canal 26, em 2008)**, e num artigo do ex-ministro, governador e senador Jarbas Passarinho, publicado no Correio Braziliense, em 2006. ***
Na verdade, a pior coisa que podia nos acontecer naqueles “anos de chumbo” era não ser preso(sic). Como assim todo mundo ia preso e nós não? Ser preso dava currículo, demonstrava que éramos da pesada, revolucionários perigosos, ameaça ao regime, comunistas de verdade!Sair dizendo que tínhamos apanhado, então! Mártires, heróis, cabras bons.
Vaidade e mau-caratismo puros, só isto. Nós saíamos com a aura de hérois e a ditadura com a marca da violência e arbítrio. Era mentira? Era, mas, para um revolucionário comunista, a verdade é um conceito burguês, Lênin já tinha nos ensinado o que fazer.
E o que era melhor: dizer que tínhamos sido torturados escondia as patifarias e ‘amarelões’ que nos acometiam quando ficávamos cara a cara com os “ômi”. Com esta raia miúda que nós éramos, não precisava bater. Era só ameaçar, a gente abria o bico rapidinho.
Quando um dia, durante um interrogatório, perguntaram-me  se eu queria conhecer a ‘marieta’, pensei que fosse uma torturadora braba. Mas era choque elétrico (parece que ‘marieta’ era uma corruptela de ‘maritaca’, nome que se dava à maquininha usada para dar choque elétrico). Eu não a quis conhecer. Abri o bico, de novo.      Relembrar estes fatos está sendo frutífero. Criei coragem e comecei a ler um livro que tenho desde 2009 (é mais um que eu ainda não tinha lido): “A Verdade Sufocada – A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça”, escrito pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Editora Ser, publicado em 2007. Serão quase 600 páginas de ‘verdade sufocada”? Vou conferir.

CAMPANHA DE 2012 QUANDO FUI CANDIDATO A VEREADOR


domingo, 3 de abril de 2016

O incrível caso do país sem direita

Não há partidos conservadores no Brasil. O único liberal de peso agoniza depois de perder nomes importantes. E são poucas as perspectivas de mudança.

O espectro político brasileiro é peculiar: na ponta esquerda, tem o jurássico PCO. Passa por socialistas radicais, como o PSOL e o PSTU, pelos comunistas conformados do PPS, pelos social-democratas do PT e do PSDB, pela esquerda verde do PV e se encerra no centro, onde estão PP e DEM. Não há, entre os 27 partidos brasileiros, um que se assuma como direitista. E o recente anúncio da criação do PSD, que se define como social-democrata, abre um buraco no DEM e empurra o eixo da política brasileira ainda mais para a esquerda.

A situação é única. Todas as grandes democracias do mundo têm ao menos um partido conservador forte, como o PP espanhol, o Partido Republicano dos Estados Unidos, a UMP francesa e o PDL italiano. O que teria levado a direita brasileira à lona enquanto, em outros países, como os vizinhos Chile e Colômbia, ela ocupa o poder máximo? Para especialistas e políticos ouvidos pelo site de VEJA, a causa está na herança maldita da ditadura militar.

O primeiro a definir o conservadorismo como uma doutrina política foi o inglês Edmund Burke, no século XVII. Esta corrente política considera que os indivíduos realizam as coisas melhor do que o estado. Que as liberdades individuais devem ser mantidas a todo o custo. E que os valores tradicionais da sociedade devem ser preservados. Nas democracias modernas, o conservadorismo se traduz como uma recusa ao estatismo, a defesa do livre mercado, a proteção da família e a oposição a medidas como a legalização de drogas e do aborto.

No Brasil, o discurso adotado pelos partidos políticos pouco se diferencia: todos adotam termos como "justiça social", "distribuição de riqueza", "igualdade". Obviamente, ninguém é contra essas bandeiras, mas o linguajar denuncia que todos, por razões diversas, adotam um vocabulário de esquerda. Expressões como "livre iniciativa", "responsabilidade individual" e "valores morais" raramente são ouvidas pelos corredores do Congresso ou do Palácio do Planalto. As palavras "social" e "trabalhista" e "socialista" aparecem na maioria dos nomes das legendas. Há apenas um partido que faz referência ao liberalismo - o PSL, que, ainda assim, também se diz social - e nenhum que tenha a expressão "conservador" no nome.

Espectro político baseado na auto-declaração dos presidentes dos partidos revela: somos um país sem direita(Arte: Luciana Martins/VEJA)


Situações peculiares - O declínio de valores não-esquerdistas se acentuou a partir do governo Lula, quando o PT moderou seu posicionamento e roubou parte do discurso de partidos de centro. Legendas que a princípio eram pouco afeitas às ideias do partido deixaram as diferenças de lado para ingressar na partilha do poder: é o caso do PR, que resultou da fusão do PL com o Prona, do PTB, do PP e do PMDB. Todos se dizem centristas.

O adesismo inflou o bloco governista e juntou a esquerda moderada, a socialistas anacrônicos e a arrivistas de olho na divisão de benesses. Com isso , o PT arrastou consigo praticamente todos os partidos com algum peso. PSDB e DEM permaneceram na oposição mais por questões estratégicas do que programáticas. "Os partidos não se posicionam amparados em raízes históricas, mas em razões conjunturais", opina o cientista político Leonardo Barreto. Para ele, há espaço para o surgimento de uma legenda conservadora no país.

Na falta de uma direita verdadeira, a esquerda acaba inventando a sua própria: "Oposição à direita é um erro grave porque você tem um país com contradições sociais gravíssimas, concentração de renda das maiores do mundo. Quer concentrar mais? À grande maioria isso não interessa", diz o primeiro-secretário do PSB, Carlos Siqueira, para quem a direita trabalha para aumentar a injustiça no país.

Mesmo entre a oposição, o discurso ideológico não é afinado: o presidente do PPS, Roberto Freire, faz uma diferenciação: "Existe a oposição de esquerda, como o PSOL, PSTU e parte do PSDB. Na oposição de direita temos o DEM". O rótulo, no entanto, é descartado pelos próprios democratas.

Trauma da ditadura - Mesmo o autoproclamado centrismo do DEM parece não ser bem recebido no meio político: o partido, em eterna crise de identidade, já se refundou duas vezes e tenta se livrar da pecha de conservador. Da última vez, tentou colar a imagem ao Partido Democrata americano - que, por lá, abriga diversos matizes da esquerda. Ainda assim, vem sofrendo sucessivos golpes, vindos de dentro e de fora. O último deles é o nascimento do PSD de Gilberto Kassab.

O presidente do DEM, José Agripino Maia, reconhece que as bandeiras de seu partido se limitam à defesa do "liberalismo moderno". Ao site de VEJA, ele torceu o nariz quando indagado sobre a dicussão de temas que costumam pautar os partidos conservadores, como o casamento gay, o aborto e a liberação de drogas: "Isso não é o carro chefe do partido".

De fato, o DEM não pode ser definido como um partido de direita: bandeiras como a redução da maioridade penal, o endurecimento da punição a criminosos e a oposição ao desarmamento civil não são bandeiras pela qual o DEM se empenha. "No Brasil, a direita é muito vinculada aos regimes totalitários e estamos totalmente fora disso. O que é esquerda? Muro de Berlim, Cuba? Estamos fora disso também", diz Agripino Maia. O antigo PFL, aliás, esteve ao lado do governo petista na defesa do desarmamento da população civil, em 2005.

O deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) se alinha a bandeiras clássicas do conservadorismo, como a defesa da livre iniciativa, a não-interferência do estado na vida do cidadão e oposição à legalização do aborto. Mas não se assume como direitista. Para ele, o rótulo só faria sentido em países onde há tradição de uma direita democrática, o que não existe no Brasil. "Aqui não existe essa tradição", explica.

Não por acaso, os partidos não foram capazes de sintetizar a oposição do eleitorado brasileiro à legalização do aborto. Na última campanha eleitoral, o tema surgiu quase de forma clandestina, em discussões na internet e nas igrejas. O PSDB de José Serra veio a reboque, aproveitando-se do tema para criticar a petista Dilma Rousseff - que, por sua vez, se apressou em tentar apagar o passado e dizer que nunca havia defendido a legalização do aborto.

Petistas e tucanos, aliás, têm mais similaridades do que diferenças. O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, reconhece que a disputa tem mais a ver com a aplicação das ideias do que com a orientação ideológica: "O PT, no poder,adotou as propostas do PSDB. Não inovou. Não há nenhum programa social novo. Ocorre que a execução é que é diferente. Geralmente, a postura do PT é mais promíscua em relação ao Legislativo", afirma.

Falta tradição - Para o cientista político Ricardo Caldas, a rejeição ao rótulo de direitista está ligada à herança negativa deixada pelas legendas conservadores no país. Estes partidos foram contra a abolição da escravidão, contra o fim da monarquia e, na figura da Arena, apoiaram o regime militar. Não é uma ficha corrida das melhores. "Eles tiveram dificuldade de conviver com a democracia e ficaram com essa pecha de antidemocráticos."

O especialista acredita que a direita brasileira não se modernizou. Em vez disso, foi engolida pelo recente pragmatismo de esquerda, difundido pelo PT, ou aderiu ao outro lado por oportunismo eleitoral. Se o espectro político brasileiro vai da extrema-esquerda ao centro, a disputa pelos principais postos de poder está ainda mais restrita. Em 2010, só havia candidatos de partido de esquerda na disputa pela Presidência da República.

O verdadeiro inimigo não é a “elite”. O verdadeiro inimigo é o estado

Acho legal reparar a cabeça das pessoas nessa confusão da precoce emancipação político-intelectual do brasileiro.


Um dos mais crassos entendimentos, agora generalizado, é o erro comum de pensar que o protesto de um rico não é válido (como se ele não fosse digno de direitos políticos) ou então (pior ainda) considerar que ele vem “odiando” ver o pobre ficar menos pobre.

Errado.

O Brasil é famoso por possuir uma das elites mais sedentárias do mundo. Se tem rico protestando, é porque mexeram drasticamente no seu bolso!

E calma, isso não é bom.

O que ocorre a partir daí, é que as pessoas tendem a entender que se o rico está menos rico, e em analogia à música daquele não tão saudoso grupo de axé, o pobre estaria, automaticamente, menos pobre.

Errado mais uma vez. O que acontece na maioria das vezes é justamente o contrário.

Parafraseando a Dama de Ferro, o grande problema é que o que importa para o coração flamejante das massas, principalmente as massas vermelhas, é que a “desigualdade” esteja menor, ou seja, a distância entre ricos e pobres seja mais curta, não importando que estejam AMBOS na miséria. Um é miseravelmente pobre, e o outro, apenas pobre. A desigualdade entre ambos é bem pouca, mas estão ambos na merda. Mais ou menos, só que de forma menos trágica, como Machado de Assis sugere com a frase “ao vencedor as batatas”.
Para quem discursa assim, ainda que os pobres se tornem ricos, o grande trauma será a existência dos milionários, sacou?

Tem gente protestando por tudo, por MUITA bobagem também (tem até os fetichistas militares), mas não tem UMA ALMA NESSE PAÍS revoltada porque “a filha da empregada está na faculdade e a empregada está andando de avião”.

Não existe na história deste planeta uma situação onde um governo tenha ferrado a elite e o povo, em sua grande maioria, tenha se saído bem. O que aquele professor socialista de história não contou é que elites são trocadas por novas elites. A coroa só pula de uma cabeça pra outro. Não se iluda com qualquer ladainha que tente convencer do contrário: toda oligarquia opressora é sustentada por um estado que se vale de seus lucros. Quem torna a elite mais “elitosa”, sinto dizer, é o estado.

Parece cruel da minha parte e muito pouco romântico. Mas é assim que a coisa funciona.

Quem luta contra “a elite” está definitivamente lutando contra o inimigo errado. Essa síndrome de Estocolmo misturada com inveja tem que acabar. O verdadeiro inimigo é o estado.