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sexta-feira, 25 de outubro de 2013
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
ALGUNS ROUBOS QUE FICARAM NA HISTÓRIA
Todo mundo sabe que, atualmente, com a tecnologia avançada, como análise de DNA e reconstruções de cenas de crimes, ser um criminoso de sucesso é quase impossível. No entanto, alguns roubos ou furtos de muito dinheiro ou objetos de valor realmente deram certo, e os criminosos saíram impunes. O crime então compensa? Bom, se você quiser tentar a sorte.
1 – GANGUE DO ASPIRADOR DE PÓ FRANCESA
Desde 2006, na França, uma gangue de ladrões desconhecidos esvazia cofres de supermercados usando nada mais do que uma broca e um aspirador de pó modificado. O grupo de bandidos inovadores encontrou uma fraqueza no sistema de armazenamento de dinheiro da rede de supermercados francesa Monoprix. Envelopes de dinheiro são canalizados para o cofre via tubos de sucção pneumática. Considerando que a violação do cofre em si pode ser consideravelmente difícil, e exigir explosivos ou arrombamento, os ladrões perceberam que se eles apenas perfurassem os tubos de entrega perto do cofre e ligassem um aspirador poderoso, eles poderiam sugar o dinheiro e obtê-lo muito mais facilmente.
Este modo de roubo é muito original, já que a maioria dos ladrões recorreria a métodos de arrombamento tradicionais que deixam mais provas. Até 2011, o grupo roubou com sucesso quase 1,23 milhões de reais em quinze assaltos noturnos, deixando apenas algumas fitas com poucos homens mascarados como evidência.
2 – ASSALTO AO BANCO FRANCÊS CRÉDIT LYONNAIS
Em 30 de março de 2010, ladrões entraram em um banco Crédit Lyonnais, no centro de Paris, e esvaziaram mais de uma centena cofres, fugindo com milhões de euros em dinheiro e objetos de valor.
A quadrilha cavou um túnel ao banco a partir de uma adega vizinha, e entrou no cofre através de um pequeno buraco que fizeram usando uma lança térmica (sistema de fogo de artifício). O banco em si estava fechado para reformas, no entanto, um guarda que ouviu ruídos do porão confrontou os ladrões, que o prenderam a uma cadeira. Enquanto isso, a gangue saqueou 125 cofres ao longo de algumas horas.
Eles, então, atearam fogo às instalações para eliminar qualquer evidência. O fogo alertou o guarda amarrado, que assumiu que os ladrões haviam deixado o local e acionou o alarme. A operação completa levou cerca de nove horas.
Até hoje, os ladrões ainda estão à solta, e por causa da falta de provas é improvável que eles sejam levados à justiça um dia. Este ataque tem semelhanças com o roubo de Baker Street (item 8) de 1971, e mostra que a segurança não melhorou tanto quanto deveria ao longo do tempo.
3 – CARL GUGASIAN
Esse criminoso em particular foi bem sucedido durante uma carreira de roubar bancos que se estendeu por 30 anos e lhe rendeu mais de 3 milhões de reais. Quando Carl Gugasian tinha 15 anos, foi baleado ao tentar assaltar uma loja de doces e enviado a um reformatório para jovens. Após a sua libertação, ele se destacou em uma vida de crime.
Gugasian se formou na Universidade da Pensilvânia, EUA, obtendo um grau de mestre em análise de sistemas. Ele também recebeu treinamento com armas militares. Imediatamente após sua graduação, Gugasian começou a planejar roubos envolvendo carros roubados. Em oito ocasiões diferentes, ele planejou cometer seu primeiro assalto a banco. Eventualmente, ele cometeu seu primeiro delito, usando um carro roubado para sua fuga.
Foi depois disso que ele começou a desenvolver seu modo único de roubar bancos, com um planejamento meticuloso que impedia a polícia de detê-lo. Ele procurava bancos em cidades pequenas, que forneciam acesso fácil a uma autoestrada. Então, estreitava sua pesquisa, procurando por um banco que tinha horários de encerramento tardios, nos meses de inverno, de modo que a escuridão escondesse sua fuga. Ele só roubava bancos na sexta-feira, o que lhe rendeu o apelido de “ladrão da sexta-feira à noite”. Gugasian criava um esconderijo para armazenar qualquer evidência que o ligava ao crime (inclusive o dinheiro) imediatamente após o roubo. Ele voltava mais tarde para recuperar o material, quando o roubo já tivesse saído das manchetes.
Quanto ao assalto em si, Gugasian entrava no banco cinco minutos antes da hora de encerramento, quando os clientes não eram propensos a estar lá. Vestindo uma máscara horrível de um filme de terror (Freddy Krueger era um dos favoritos), ele fazia uma entrada assustadora que aterrorizada os funcionários. Então, pegava tudo o que podia do caixa e saía em menos de dois minutos. Imediatamente desaparecia dentro da floresta e corria por vários minutos até uma bicicleta. Em seguida, ia de bicicleta até uma van, onde carregava a bike e completava sua fuga.
No final, apesar de seu planejamento meticuloso, foi um simples caso de má sorte que levou à sua prisão. Dois jovens adolescentes encontraram um dos seus esconderijos enquanto brincavam na floresta. Estava cheio de armas, munições e máscaras que tinham suas impressões digitais. Existiam evidências suficientes para condenar Gugasian apenas por 5 assaltos a bancos, resultando em uma sentença de 17 anos, que ele ainda está servindo. Apesar disso, ele conseguiu escapar com mais de 45 assaltos armados a banco; uma incrível façanha considerando que, estatisticamente, mais de 65% dos casos de assalto armado a banco são resolvidos nos EUA.
4 – LADRÃO DO MUSEU DE ARTE MODERNA DE PARIS
Em maio de 2010, um ladrão solitário invadiu o Museu de Arte Moderna de Paris e roubou obras-primas de artistas como Picasso e Matisse, no valor de pouco menos de 255 milhões de reais. Inacreditavelmente, o museu não tinha um alarme, e o ladrão foi capaz de simplesmente quebrar uma janela e remover as imagens de seus quadros sem incidentes.
O roubo foi descoberto às 7h da manhã seguinte. Apesar de haver seguranças no prédio no momento do assalto, nenhum ouviu o ladrão entrar ou notou as pinturas em falta e a janela quebrada.
A polícia especula que as pinturas podem ter sido “encomendadas” por um colecionador particular, pois este tem sido o caso de outros roubos de arte anteriores na cidade. Até 2011, ninguém foi preso pelo roubo e a polícia acredita que a pintura não está mais na posse do ladrão. Este é um exemplo de segurança muito pobre em torno de objetos com valor extremamente elevado.
5 – DEREK “BERTIE” SMALLS
Bertie Smalls era um ladrão de inglês ativo na década de 1960 e 70, numa época considerada a época dourada do assalto à mão armada britânico. Smalls cometeu seu primeiro roubo quando tinha 15 anos e, após ser preso por um curto tempo, entregou sua vida ao crime. Antes de 1970, Smalls já tinha uma série de assaltos de alto perfil ligados ao seu nome, e era uma figura respeitada no submundo de Londres.
Em 9 de fevereiro de 1970, Smalls levou uma gangue para roubar uma agência do Banco Barclays. A quadrilha fugiu com sucesso levando 607.660 reais, um recorde na época. A maioria da equipe deixou a Inglaterra por várias rotas. Smalls embarcou em um trem para Paris e de lá foi para a Costa del Sol, onde lia jornais ingleses procurando atualizações da polícia sobre o roubo. A polícia fez uma descoberta logo após o ataque, com um informante nomeando Smalls como o líder da quadrilha.
Smalls retornou à Inglaterra e se entregou a polícia, passando o Natal na cadeia. Em 2 de junho, Smalls pediu uma reunião com o inspetor-chefe da prisão. Ele soube por seu advogado que passaria pelo menos 25 anos na prisão e, em uma tentativa de reduzir sua sentença, ofereceu à polícia um acordo: passaria o nome de todas as pessoas relacionadas com qualquer atividade criminosa que ele já tinha conhecido.
Smalls recebeu imunidade em troca de sua ajuda. No julgamento do roubo ao Banco Barclays, Smalls testemunhou contra cada um dos seus coconspiradores. Quando terminou de dar provas contra seus antigos amigos, eles supostamente cantaram para Smalls a música “Nós nos encontraremos de novo” (tradução livre), de Vera Lynn. O julgamento terminou com um tempo de prisão para a quadrilha totalizando mais de 100 anos. Nos meses após o julgamento, Smalls ajudou a condenar mais 21 associados, em um total de mais de 300 anos de prisão.
Como resultado, Smalls não recebeu nenhum tempo de prisão por sua participação no ataque a Barclays, embora tenha havido rumores de haver uma recompensa de 2,56 milhões de reais por sua cabeça, instigada por figuras poderosas do submundo, como os gêmeos Kray. Apesar disso, ele viveu sob proteção policial o resto de sua vida. Ainda hoje, os criminosos que delatam seus amigos são chamados de “Bertie Smalls”. A foto acima é de John Coyne retratando Smalls.
6 – ROUBO DO MUSEU ISABELLA STEWART GARDNER
Na noite de 18 de março de 1990, dois homens disfarçados de agentes da polícia de Boston entraram no Museu Isabella Stewart Gardner e roubaram um valor estimado de 772 milhões de reais em obras de arte, incluindo obras de Rembrandt, Vermeer, Manet e Degas.
Como policiais, eles disseram aos guardas que estavam respondendo a uma chamada. Uma vez dentro, eles cercaram os guardas e os algemaram, colocando-os no porão. Na manhã seguinte, o museu encontrava-se saqueado.
O museu ainda deixa as molduras vazias penduradas no lugar como uma homenagem à arte roubada, e para mostrar sua esperança de que elas voltem ao seu devido lugar. Os criminosos nunca exigiram um resgate, e nunca serão presos, mesmo se forem apanhados, porque o estatuto de limitações expirou (esse estatuto coloca um limite sobre a quantidade de tempo que pode passar entre eventos supostamente ilegais ou criminosos e o momento em que se arquiva um processo legal em relação a esses eventos). O museu oferece uma recompensa de 5 milhões de dólares (7,72 milhões de reais) para quem tiver informações que levem à recuperação das obras de arte, assegurando total confidencialidade, o que implica que eles estão dispostos a pagar um resgate.
7 – ROUBO DE DIAMANTES DA “ESCOLA DE TORINO”
Aproximadamente 7h da noite de uma sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003, a “Escola de Torino” estava prestes a realizar o maior roubo de diamantes que o mundo já viu. Leonardo Notarbartolo, o líder da quadrilha, supostamente permaneceu no cofre na sexta-feira, quando as portas de segurança se fecharam automaticamente. Algumas horas depois, o elevador que desce até o cofre foi supostamente usado por três outros membros da Escola. O detector de movimento ao pé do elevador já havia sido desativado por uma aplicação de spray de silicone, e o detector de luz do cofre tinha sido inutilizado com um simples pedaço de fita.
O acesso ao cofre não era tão fácil como entrar nele. O cofre em si era protegido por um sistema de bloqueio dual: uma combinação e uma fechadura com chave, com aço reforçado. A parte fundamental foi fácil, já que duplicatas da chave tinham sido feitas com antecedência. A fechadura de combinação foi um pouco mais difícil, e a polícia ainda não divulgou informações de como eles conseguiram quebrá-la.
Por trás dessas duas fechaduras havia um alarme de segurança que notificava a polícia assim que o cofre era aberto (quando os ímãs não se tocavam mais, o alarma soava). O alarme era automático e não podia ser desligado. O cofre foi derrotado com o mais minimalista dos movimentos: o time de assaltantes cortou os ímãs de seus locais de repouso e os deixou juntos, permitindo que a porta do cofre fosse aberta sem separar os ímãs.
Dentro do cofre, a Escola arrombou a porta pesada, sabendo que não seriam perturbados enquanto realizavam o maior roubo de diamantes da história. Eles invadiram 160 caixas de segurança, estourando fechaduras com uma ferramenta que eles criaram especificamente para o trabalho.
Esses profissionais não se limitaram a pegar os diamantes, dos quais o comércio é muito mais restrito do que a maioria crê; eles também pegaram a papelada necessária para vender os diamantes como legítimos. O que não poderia ser facilmente revendido, itens com valores combinados totalizando na casa dos milhões de dólares, foram deixados descuidadamente no chão do cofre.
No momento em que o assalto havia sido descoberto, os ladrões estavam muito longe. No entanto, o suposto líder da quadrilha, Leonardo Notarbartolo, foi condenado com base no DNA encontrado em um sanduíche comido pela metade encontrado perto da cena do crime. Ele foi condenado a 10 anos de prisão. Os outros membros da Escola nunca foram apreendidos e é improvável que serão, porque o estatuto de limitações já expirou ou expirará em breve.
8 – ROUBO DA BAKER STREET
O roubo da Baker Street teve lugar em Londres, em 1971, quando uma equipe de ladrões cavou um túnel até o cofre do Banco Lloyds e roubou 3 milhões de libras esterlinas (em 2011, o equivalente a 70,77 milhões de reais).
Os criminosos usaram uma combinação de ferramentas que cortam metal, como lança térmica e explosivos, para cavar o túnel até ao cofre a partir de uma loja próxima. Perto do fim do assalto, um operador de rádio amador ouviu algumas das transmissões dos ladrões e contatou a polícia, que os procurou freneticamente em mais de 700 bancos dentro da área. Policiais chegaram a revistar o banco certo enquanto os assaltantes estavam dentro do cofre, no entanto, uma vez que nenhum dano era visível na porta do cofre, a polícia assumiu que tinha errado o banco e saiu.
Eles foram incapazes de pegar os ladrões no momento, mas, quase dois anos depois, um número de homens foi acusado de conexão com o roubo. O verdadeiro mandante do ataque era um negociante de carro de Londres, que nunca foi preso. A história do roubo foi imortalizada no filme semificcional “The Bank Job”, estrelado por Jason Statham.
9 – PANTERAS COR-DE-ROSA
Os Panteras cor-de-rosa são um bando de ladrões de joias sérvios, que a Interpol acredita serem responsáveis por alguns dos assaltos mais glamourosos da história. Seu estilo arrojado e planejamento intrincado são considerados arte até por criminologistas.
Eles já roubaram muitos países diferentes, sendo o roubo do Japão um dos mais bem-sucedidos. Em 1993, o grupo chamou a atenção com seu primeiro roubo, quando levaram um diamante no valor de 1,27 milhões de reais de um joalheiro em Londres. Os ladrões esconderam o diamante em um pote de creme para rosto parecido com um ato do filme “Return of the Pink Panther” (“A volta da pantera cor-de-rosa”), que lhes valeu o apelido.
Desde então, o grupo roubou com sucesso mais de 120 lojas diferentes em vinte países diferentes. Sua atenção ao detalhe é a razão por trás de sua alta taxa de sucesso. Por exemplo, antes de um assalto em Biarritz, a gangue pintou com tinta fresca um banco ao lado da joalheria para impedir que pessoas se sentassem ali e os vissem em ação.
Os Panteras cor-de-rosa também são conhecidos por suas fugas ousadas e arrombamentos criativos. Em St Tropez, eles roubaram uma loja vestidos em camisas floridas e depois fugiram em um barco de alta velocidade.
Em outro assalto de alto perfil, a quadrilha dirigiu um par de limousines roubadas através de uma janela em um shopping de Dubai, levando relógios e outros objetos no valor de mais 20 milhões de reais. Em ainda outro roubo, eles se vestiram como mulheres e roubaram mais de 153 milhões de reais no valor de joias de uma loja de Harry Winston em Paris, usando próteses e maquiagens no estilo Missão Impossível como disfarce.
Vários membros da gangue foram presos. Mas, como o grupo deve ter mais de 200 membros, a maioria saiu ilesa de seus crimes. Pensa-se que a gangue tem dinheiro na casa dos bilhões de dólares. O suposto líder da quadrilha, Dragan Mikić, escapou da prisão usando uma escada de corda em 2005, enquanto os Panteras cor-de-rosa apontavam metralhadoras ao muro da prisão.
10 – ALBERT SPAGGIARI
Albert Spaggiari era um criminoso francês conhecido por ser o mentor do assalto ao banco Société Générale, na França, em 1976.
Quando jovem, cometeu seu primeiro roubo a fim de impressionar sua namorada, mas logo foi capturado e preso. Após a sua libertação, e após ter servido no exército francês, Spaggiari tornou-se o proprietário de um estúdio fotográfico. No entanto, ele aparentemente ficou entediado com sua vida de classe média e tentou retornar ao crime.
Ele começou a planejar a invasão do banco na cidade de Nice. Ele decidiu que, uma vez que o cofre do banco estava localizado no porão, a invasão seria melhor alcançada através da escavação por debaixo de um sistema de esgoto nas proximidades. Ele abriu um depósito de segurança no banco para si e colocou um despertador barulhento lá dentro a fim de verificar a existência de quaisquer detectores acústicos ou sísmicas que poderiam impedir seu plano. Na verdade, o cofre do banco não tinha alarme interior ou sistemas de segurança, pois era considerado absolutamente impenetrável.
Spaggiari, em seguida, recrutou um grupo de gangsters profissionais de Marselha para ajudá-lo a cavar o túnel. Ele os instruiu a nunca beber café ou álcool, e sempre dormir pelo menos 10 horas para evitar perigo para a missão. Após dois meses de escavações, o túnel foi concluído e, durante um festival do Dia da Bastilha, quando o banco fechou para um feriado prolongado, a quadrilha arrombou o cofre. Eles abriram mais de 400 caixas de depósito de segurança, roubando mais de 60 milhões de francos (moeda da época na França; o equivalente hoje a mais ou menos 20 milhões de reais).
Quando o roubo foi descoberto, a seguinte mensagem foi encontrada na parede do cofre: “sem armas, nem ódio, nem violência”. Nos meses seguintes, a polícia conseguiu prender um suspeito graças a uma dica de uma ex-namorada.
O homem admitiu ser parte do roubo e delatou o grupo todo, incluindo Spaggiari. Durante seu julgamento, no entanto, Spaggiari conseguiu escapar distraindo o juiz, entregando-lhe um pedaço de evidência falso. Ele pulou pela janela, onde uma moto estava esperando por ele e fugiu.
Ele nunca foi capturado. Spaggiari morreu com 52 anos de câncer na garganta, e seu corpo foi encontrado despejado na frente da casa de sua mãe, supostamente por amigos desconhecidos.
Fonte: Natasha Romanzoti em http://hypescience.com/10-ladroes-muito-bem-sucedidos/
Inclusão do Blog
11 - Assalto ao Banco Central do Brasil em Fortaleza
Ladrões cometeram um assalto ao Banco Central do Brasil em Fortaleza, entre 6 e 7 de agosto de 2005. O fato só foi percebido no início do expediente na segunda-feira dia 8 de agosto. Foi o segundo maior assalto a banco do mundo. A escavação para se fazer o túnel que possibilitou a invasão demorou cerca de três meses. Segundo a Polícia Federal, com base em estimativas a partir do peso das notas roubadas (3,5), foram roubados aproximadamente R$ 164.755.150,00. As notas todas empilhadas chegariam a uma altura de quase 33 metros.
A execução
O assalto foi feito num fim de semana, enquanto o banco estava fechado. Em maio, a quadrilha alugou uma casa para abrir uma empresa de fachada, que comercializaria grama sintética. Os assaltantes usavam uniformes e começaram a escavar um túnel de 78 de comprimento, 70 cm de largura e 4 metros de profundidade, cuja parte final era um poço que atravessava o piso de 1 metro de espessura de concreto maciço. O túnel foi revestido com lona e inteiramente escorado com vigas de madeira para evitar desabamentos; contava com sistema de ar-condicionado e iluminação elétrica. O solo de Fortaleza é, fácil de escavar, e a quadrilha tinha um mapa subterrâneo para evitar tubulações. Os assaltantes possuíam um mapa do subsolo da cidade, conhecimentos de engenharia e, aparentemente, auxílio de alguém que trabalhava no banco. Além disso, tinham também uma rota de fuga flexível para atrapalhar as investigações. Até hoje, sabe-se que o dinheiro recuperado (apenas R$ 20 milhões) foi deixado, de propósito pelos assaltantes, no intuito de ganhar mais tempo para administrar o restante.
O planejamento
Três meses antes, o bando alugou a casa nº 1071 na Rua 25 de Março, no Centro de Fortaleza, distante de um quarteirão do prédio do Banco Central. A casa foi inteiramente caracterizada como uma empresa que produzia grama natural e sintética. Vizinhos estimavam que o grupo era constituído de algo entre 6 e 10 pessoas e perceberam que diariamente saíam carros carregados de terra mas entendíam que se tratava de algo normal para aquele ramo de atividade. O tunel foi construído com vigas de madeira e forrado com lona. Ele também tinha energia elétrica ao longo de todo o trajeto com iluminação, ventilação e sistema de ar condicionado. Acredita-se que foram utilizadas principalmente pás e picaretas mas sem uma britadeira seria difícil atravessar o piso do Banco. Em uma profundidade de 4 metros e com apenas 70 cm de largura, ao final o tunel atingiu a marca de 80 metros de comprimento, atravessando a Avenida Dom Manuel em direção ao Banco Central.
A execução
No fim de semana do assalto o bando atravessou o piso de 1,10 metro de concreto reforçado com aço para entrar no cofre. Nenhum alarme foi disparado, não houve registro nas câmeras de segurança que não gravavam, apenas filmavam. Uma das câmeras principais já estava bloqueada por uma empilhadeira. O peso aproximado das notas era de três toneladas e meia e apenas as cédulas com danos, destinadas para incineração, foram levadas. O dinheiro foi carregado através do túnel em bacias puxadas por cordas, em sistema de roldanas. Na saída da casa, foi espalhado um pó branco (cal) apagando impressões digitais. O dinheiro foi transportado inicialmente por vans que logo foram abandonadas.
12 - IMPUNIDADE: Assalto a cofres públicos
"Os crimes contra a administração pública devem ser apurados às claras, com celeridade e sem segredo de Justiça. Corrupção é um dos crimes que foram elevados à condição de hediondo, no Sistema Penal Brasileiro, a partir da edição da Lei 8.072, de julho de 1990. Portanto, desvio de recursos públicos, em qualquer das esferas e escalas de poder, é um crime hediondo a reclamar investigação e punição severas. No entanto, a impunidade, aliada à falta de compromissos com a ética, a moral e desrespeito de agentes políticos e alguns outros, fora do serviço público, com ele conluiados..." (Alexandre Távora de Oliveira)