quinta-feira, 3 de junho de 2010

UM HOMEM DE BEM

Quem não conhece a história de Flávio Carvalho Guimarães, não sabe da história política e do alicerce aqui fundado pela figura mais importante não só de sua época, mas até hoje.

Flávio Carvalho Guimarães, foi grande expoente de seu tempo. Escritor, membro da academia de Letras do Paraná, professor, empresário, jornalista, mas antes de tudo, um bom homem, bom esposo, bom pai e bom filho. Sempre muito querido, e até hoje lembrado pelas pessoas que puderam conhecê-lo, por seus feitos e pela sua personalidade marcante.

Poucos sabem, mas foi Vice-presidente da OAB do Paraná por duas vezes, além de ocupar o cargo de conselheiro. Benfeitor da cidade, acreditava que as boas ações eram o princípio basilar obrigatório do indivíduo, talvez por esse sentimento de devolução de suas conquistas e pelo compromisso de desenvolvimento com a região, fez inúmeras doações, contabilizando dentre outras o Centro de Líderes, os estádios do Palmeiras Esporte Clube e do Clube América. Teve sempre conduta exemplar, justa e reta em sua vida. Foi grande entusiasta do desenvolvimento do desporto local. Segundo histórico do próprio clube, marcou o primeiro gol oficial do Operário.

Dr. Flávio, como era conhecido, foi um homem de palavra e um cidadão exemplar. Nos dias de hoje de seria um raro e singular exemplo que no pobre vocabulário contemporâneo chamaríamos de “ficha limpa”.

Com toda certeza, devemos seguir seu reto exemplo, aliás todos que almejam ou querem aventurar-se na vida pública devem procurar saber o que distingue o homem de palavra, justo por caráter, dos “roedores de plantão”.

Vivemos em uma época, pouco profícua para as pessoas honestas. Basta ser honesto para ser comparado a um tolo. Essa cultura do brasileiro, a da “lei de Gerson” , aquela cujo criador prega que deve-se levar vantagem em tudo, é que precisamos deletar do nosso carma intrínseco para talvez aí, evoluirmos como cidadãos capazes e exigentes, pois a honestidade começa em casa.

Meus amigos, vivemos em uma cidade em que políticos e aspirantes à política, cobram transparência mas não o fazem em sua própria casa, em sua própria entidade, em sua própria vida. Como resolver tal problema? A resposta é simples, devemos angariar pessoas boas para criarmos uma rede de participação política sem igual. Não basta meras manifestações atrasadas de indignação contra a política paranaense, (se bem que já é um bom começo), se no dia das eleições em outubro próximo, votarmos sem consciência nas mesmas pessoas que agora criticamos! Juntos podemos muito mais, podemos recriar a cidadania e a verdadeira democracia.

Os políticos corruptos são conseqüência do voto comprado, do voto negociado, do pessoal que se vende em um "mercado pardo" dos conchavos, de um povo que só sabe reclamar daqueles a quem ali prestaram, sem consciência, seu mais valoroso tributo, o voto.

Por tudo isso, não podemos esquecer dos políticos sérios e honestos como o Senador Flávio Carvalho Guimarães. Pessoas que realmente fizeram um pequeno lugarejo crescer e tornar-se, com todas as suas mazelas, a Princesa dos Campos Gerais. *O autor é um cidadão, defensor da cidade em que vive e da democracia.


*Serginho Zadorosny, advogado em Ponta Grossa, Paraná


Breve histórico do Senador

Flávio Carvalho GUIMARÃES

Flávio Carvalho Guimarães nasceu em Ponta Grossa no dia 21 de abril de 1881. Filho de Balbina Carvalho Guimarães e Teodoro Guimarães, pioneiros na cidade.

Foi jornalista, advogado, literato, fazendeiro. Exerceu suas atividades de advogado no setor jurídico da Estrada de Ferro São Paulo- Rio Grande. Foi professor do Estado.

Ingressou na política e fez carreira graças aa sua inteligência e simpatia, onde o bom senso e a honestidade eram uma constante. Ocupou cargos na administração estadual, entre os quais de Secretário da Fazenda no governo do interventor Manoel Ribas. Eleito Senador da República em 1935, ficou pouco tempo no cargo devido ao rumo que tomou a política brasileira na época. Novamente eleito senador em 1946, fez parte da Assembléia Constituinte, que elaborou a Constituição Brasileira de 1946. Exerceu com brilhantismo o seu mandato. Participou de inúmeras comissões no Congresso Nacional. Embora sus atividades públicas exigissem sua permanência quase que constante no Rio de Janeiro, nunca se afastou totalmente de Ponta Grossa, participando de todos os empreendimentos sócio-culturais.

Foi casado com Anita Miro Guimarães e pai do Dr. José Theodoro Miro Guimarães, Dr. Plauto Miro Guimarães e Eunice Guimarães Cordeiro. Faleceu em Ponta Grossa a 10 de dezembro de 1968, e foi sepultado no Cemitério Municipal São José.


Faz parte da história de Ponta Grossa, Paraná.

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